quarta-feira, 23 de julho de 2014

Reproduzo na Integra uma postagem que recebi que achei muito interessante. Os créditos estão ao final, boa leitura:


Bebê prematuro: os cuidados vão muito além da UTI neonatal

Ser prematuro exige atenção especial não só nos primeiros meses de vida. Conheça medidas e cautelas necessárias para garantir um desenvolvimento saudável da infância à idade adulta.

Como acontece com outros milhares de pessoas todo ano, eu vim ao mundo antes de completar os nove meses de gestação: minha mãe teve pré-eclâmpsia, condição marcada por pressão alta nessa fase, e isso fez com que eu perdesse peso nos meses finais da minha estada dentro da barriga. Devido aos riscos que nós corríamos, o obstetra optou pelo parto na 36ª semana de gravidez, tempo insuficiente para que eu escapasse de ser prematura.

No entanto, ninguém avisou a minha mãe que os cuidados com o bebê não se restringiam às semanas na UTI neonatal e aos primeiros meses em casa. Que o ideal seria estender um acompanhamento mais rigoroso até a adolescência e, quem sabe, a idade adulta. Bom, mas isso foi lá em 1990. Com os avanços na pesquisa médica desde então, já ficou claro que as crianças apressadinhas estão mais suscetíveis, ao longo da vida, a problemas decorrentes da prematuridade.

A preocupação com esse tema cresce não só porque a maioria dos pais desconhece a necessidade dessa atenção prolongada mas também em função do aumento expressivo no número dos chamados nascimentos pré-termo no Brasil e no mundo.

As consultas com o pediatra e outros especialistas permitem corrigir desvios capazes de comprometer o desenvolvimento físico e psicológico, além de nortear atitudes para prevenir complicações por muitos e muitos anos. A começar pelo coração. Estudos apontam que os pré-termos estão mais propensos à síndrome metabólica lá na frente, aquela combinação de inimigos das artérias, como pressão alta, colesterol elevado e acúmulo de gordura na barriga. Sem um suporte médico adequado ao nascer, o indivíduo tende a ter problemas com placas nos vasos mais precocemente, logo no início da vida adulta.

Os comprometimentos futuros pioram quando existem alterações anatômicas no coraçãozinho do prematuro. Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, acompanharam, por 20 anos, 102 indivíduos cujo parto havia sido antes do termo. Após compará-los com pessoas que ficaram na barriga da mãe até os nove meses, eles viram que o ventrículo direito do coração daqueles que chegaram apressadinhos era menor e com capacidade reduzida de bombear sangue. Essa população deveria ficar alerta quanto à maior possibilidade de ter pressão alta mais tarde. Ou seja, há motivos suficientes para recomendar uma avaliação cardiológica criteriosa na infância e incentivar, desde cedo, alimentação balanceada e prática de esportes.

O cérebro do prematuro também pode penar um pouco mais para ficar tinindo. Em um experimento da King's College London, na Inglaterra, pesquisadores avaliaram a massa cinzenta de 55 prematuros e de dez bebês nascidos no período ideal. Os achados demonstraram que, nos casos de parto precoce, houve uma falha na formação de áreas ligadas, por exemplo, à memória e às emoções, o que poderia atrapalhar, anos adiante, funções cognitivas e o aspecto comportamental.

Mas não há razão para mamães e papais entrarem em pânico. O cérebro dos pequenos é, ainda assim, capaz de reverter essa situação graças à plasticidade neural, fenômeno que permite ao órgão se moldar de acordo com novos estímulos e situações. O interessante é que o afeto e o apoio da família potencializam as conexões entre os neurônios. Toda criança deve ser instigada a trabalhar habilidades motoras e a desenvolver a linguagem e a sociabilidade. E isso é mais importante no caso dos prematuros.

Não é uma tarefa de outro mundo. Um trabalho do Centro Médico Beth Israel, nos Estados Unidos, constatou que, quando os pais entoam canções de ninar a seus prematuros, os batimentos cardíacos, a respiração e até o sono deles melhoram. "Contar histórias, colocar uma música ou brincar com eles são atitudes que só colaboram", diz a psicóloga Elza Corrêa Cunha, da Universidade Federal de Sergipe. Com acompanhamento médico e família presente, o prematuro não antecipa problema algum. E eu, apesar de só estar por dentro disso tudo agora, não vou perder tempo em marcar meu checkup.



O que é um prematuro?

Considera-se que um bebê nasceu antes do tempo quando a gestação dura menos que 37 semanas. Mas há diferentes níveis de prematuridade: entre 32 e 36 semanas, os pequenos são chamados de prematuros tardios; aqueles nascidos no período de 28 a 31 semanas são denominados simplesmente prematuros; e os que tiveram de sair do útero entre 24 e 27 semanas são os prematuros extremos.

Para nascer no tempo certo

Cigarro, álcool, infecções, excesso de peso e pré-eclâmpsia estão entre os principais fatores que levam uma mãe a dar à luz antes da hora. Por isso, adotar hábitos saudáveis e fazer o pré-natal é fundamental para a cegonha não se apressar. O ideal é procurar um especialista antes mesmo de engravidar a fim de que a mulher comece a gestação em equilíbrio.

Com ajuda de www.bebe.com.br

Postado por : facafisioterapia@gmail.com


terça-feira, 13 de maio de 2014

PESQUISA EM SAÚDE USAR GOOGLE OU DESCRITORES DE SAÚDE?


ENTÃO PORQUE ESCOLHER DESCRITORES DE SAÚDE AO GOOGLE?
LEIA ABAIXO MUITO INTERESSANTE.

Pesquisa na Literatura Científica usando Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) versus Palavra­Chave no Google, Scholar Google e SciELO
Paulo Sérgio Cavalcante Barra1, Amilton Souza Martha2, Marilena Pacios3, Carlos José Reis de Campos4
Departamento de Informática em Saúde (DIS) Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Brasil
Resumo - Milhões de artigos são indexados todos os dias construindo uma enorme base de dados de intenções, que é constituída pelos resultados somados de todas as pesquisas já feitas, todas as listas de resultados já oferecidas e todos os artigos acessados, o que permite direcionar o usuário para um resultado mais específico em pesquisas futuras. Utilizando ferramentas de busca na Internet tornou-se possível a recuperação da informação para a prática em saúde. Porém, para obter um resultado mais específico, precisamos entender como funcionam estas ferramentas e como os artigos científicos são indexados. Os artigos científicos são indexados utilizando descritores (vocabulário controlado). Contudo os autores usam, por vezes, palavras-chave (key-words) que não seguem uma normatização, o que dificulta a recuperação de artigos completos. Comparando o uso descritores (DeCS) e palavras-chave nas ferramentas de busca Google, Scholar Google e SciELO, observou-se que uma pesquisa restrita ao SciELO, utilizando descritores e palavras-chave, por meio do Scholar Google retornou um maior número de artigos completos, em relação à ferramenta de busca do SciELO. A recuperação de artigos científicos nas ferramentas de buscas, utilizando descritores obteve
resultados mais específicos.
Palavras-chave: DeCS, SciELO, Scholar Google, ferramenta de busca, pesquisa na literatura 

Contato
Carlos Jose Reis de Campos e-mail: cjcamp@dis.epm.br
Paulo Sérgio Cavalcante Barra e-mail: barra-pg@dis.epm.br Amilton Souza Martha
e-mail:
amilton-pg@dis.epm.br Marilena Pacios
e-mail: marilena-pg@dis.epm.br
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Departamento de Informática em Saúde (DIS)
Rua Botucatu, 862, CEP 04023-062, Vila Clementino – São Paulo/SP – Brasil
Site: http://www.unifesp.br/pg

RETIRADO DE http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/343.pdf 


BASE DE DADOS PARA PESQUISA EM SAÚDE:


http://www.ncbi.nlm.nih.gov

http://cochrane.bvsalud.org

http://www.scielo.org/

http://lilacs.bvsalud.org

quinta-feira, 1 de maio de 2014

VENTILADOR VERSUS PROFISSIONAL DE SAÚDE VERSUS PACIENTE, HORA DE CONVERSARMOS

MUITO INTERESSANTE: VALE A PENA LER:

Ventilador versus profissional de saúde versus paciente, hora de conversarmos!
Possivelmente não.
Autores:
Nathalia Parente,
Fisioterapeuta, Mestranda em Ciências Médicas no Laboratória da Respiração, Resplab, da Universidade Federal do Ceará (UFC) 

Marcelo Alcantara Holanda,
Prof Associado de Pneumologia e Terapia intensiva da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Idealizador da Plataforma xlung para ensino da VM

Talvez seja até assustadora essa afirmativa, mas é essa a verdade. Não só subutiliza-se, como frequentemente se manuseia de forma inadequada as suas principais funcionalidades. Quando não são exploradas as possibilidades de uso correto de um equipamento de suporte à vida, pode-se causar sérios danos à saúde do paciente, justamente aquele que mais deveria ser beneficiado pela ventilação mecânica (1) . 
Alguns estudos já foram realizados avaliando a usabilidade desses equipamentos e percebe-se cada vez mais que há muitas limitações quanto à ergonomia e à qualidade da interface do ventilador mecânico com os usuários (2,3). 
Analisando dados relacionados dos danos causados por ventiladores mecânicos aos pacientes, encontram-se índices altos de eventos adversos, e até mesmo de óbitos decorrentes de problemas no suporte ventilatório. Nos Estados Unidos da América (EUA), somente em 2013, foram reportados 14 óbitos causados diretamente por ventiladores mecânicos naquele país, conforme dados levantados na plataforma MAUDE (Manufacturer and User Facility Device Experience) do FDA (Food and Drug Administration). Os números aumentam bastante quando se considera lesões não fatais causadas pelo ventilador: 946 relatos de eventos adversos somente no ano passado (dados não publicados) (4). No nosso país não dispomos de dados similares de registro, o que sem dúvida é bastante preocupante.
Em 2002, uma comissão sentinela alertou que 87% dos casos de lesão e morte relacionados ao uso dos ventiladores mecânicos seriam evitáveis (5). 
Cabe questionar: o que leva a essa má utilização dos ventiladores mecânicos de UTI pelos profissionais que lidam com estes equipamentos?
O principal fator deve-se a problemas com a interação homem-máquina, ou seja, a maneira como uma pessoa lida e interage com um determinado equipamento. Outro ponto essencial é o que se denomina de usabilidade.
Segundo a International Organization for Standartization (ISO 9241) (6), a usabilidade é definida como uma medida pela qual um produto pode ser manejado por usuários específicos para alcançar determinados objetivos com efetividade, eficiência e satisfação em um contexto real. Essa medida pode ser entendida como a qualidade da interface de um equipamento com o seu usuário (7). 
No campo da ventilação mecânica, os usuários específicos, conhecidos também como primários, são todos os profissionais de saúde que lidam com os ventiladores mecânicos em UTIs. Já os secundários são aqueles que usam esse equipamento para outra finalidade que não o suporte ventilatório em si. Veja o quadro abaixo.
Como abordar esse importante e complexo problema?
Talvez, o primeiro passo seria uma melhor unificação dos conceitos e da linguagem utilizada na ventilação mecânica. O “ventilês” não é fácil mesmo. Apesar de muitos profissionais sentirem-se familiarizados com as nomenclaturas existentes, há uma necessidade de padronização da taxonomia utilizada, bem como uma melhor classificação e descrição dos modos ventilatórios e seus respectivos ajustes (8,9).  Além disso, deveria existir um padrão de organização das interfaces e da tela do ventilador que permitissem o seu manuseio por qualquer profissional de saúde com experiência e conhecimento básico em ventilação mecânica, independente da marca ou do modelo de equipamento utilizado (2). 
Sabe-se que a memória de trabalho do ser humano é limitada e reconhece-se que a quantidade de variáveis fisiológicas e funções apresentadas nas telas dos ventiladores de última geração são claramente excessivas. Isso resulta em uma grande carga cognitiva sobre o usuário, o que pode comprometer o processo de análise e tomada de decisão em situações críticas, induzindo ao erro (10). A percepção por boa parte dos profissionais de uso inadequado dos alarmes do ventilador no dia-a-dia das UTIs é de senso comum e corrobora esta ideia.
Outro passo importante é a realização de testes de usabilidade durante o desenvolvimento das interfaces dos ventiladores. Essas devem ter seu planejamento e desenho norteado pelos conceitos e vivências dos usuários primários. O idealizador e o fabricante do ventilador mecânico deveriam fundamentar o processo de criação dos equipamentos nas necessidades e experiências dos usuários. Dessa forma, fabricariam aparelhos de melhor usabilidade, mais amigáveis e eficientes do que os atuais.
Por último, teríamos como terceiro passo rumo ao melhor uso do suporte ventilatório, o treinamento direcionado para os profissionais de saúde, desde a graduação até os níveis mais elevados de especialização. Abordagens com base em simulação podem ser uma excelente alternativa neste ínterim. Tanto a simulação virtual, quanto aquela com ventiladores e manequins, ampliam as condições para ensino do tema ventilação mecânica, ao mesmo tempo em que oferecem mais segurança, satisfação e eficiência no processo ensino-aprendizagem (11-13). 
Estudos preliminares têm demonstrado ser possível e benéfica a aproximação entre usuários e fabricantes/desenvolvedores de ventiladores mecânicos, mas há de se reconhecer que estamos apenas no início deste processo (14,15). 
Cabe ainda refletir: nem tudo que é fácil e agradável de usar torna-se de fato útil. Ser útil pressupõe não apenas a disponibilização dos recursos tecnológicos necessários à sua finalidade, mas também uma adequada acessibilidade e uma boa usabilidade. Em outras palavras, o ventilador mecânico será plenamente útil somente quando associar utilidade à usabilidade.

Este é o desafio contemporâneo que se impõe aos fabricantes e aos usuários dos ventiladores mecânicos, todos no fundo fazem parte do mesmo time que tem por meta salvar vidas quando elas mais estão ameaçadas.

Referências
1 RICHARD, J.C.M.; KACMAREK, R.M. ICU mechanical ventilators, technological advances vs. user friendliness: the right picture is worth a thousand numbers. Intensive Care Med. v. 35, p. 1662–1663, 2009.
2 LAURENCE, V.; DIDIER, T.; PHILIPPE, J. Evaluation of the user-friendliness of seven new generation intensive care ventilators. Intensive Care Med. v. 35, p. 1687–1691, 2009.
3 GONZALEZ-BERMEJO, J.; LAPLANCHE, V.; HUSSEINI, F.E.; DUGUET , A.; DERENNE, J-P.; SIMILOWSKI, T. Evaluation of the user-friendliness of 11 home mechanical ventilators. Eur Respir J. v. 27, p. 1236–1243, 2006.
4 MANUFACTURER AND USER FACILITY DEVICE EXPERIENCE. Food and Drug Administration. United States of America. Disponível em: . Acesso em: 20 de fevereiro de 2014.
5 JOINT COMMISION. Preventing ventilator-related deaths and injuries. Sentinel Event Alert. v. 25, feb, 2002.
6 ISO 9241. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ergonomia de Softwares para Escritórios. 1993.
7 HIX, D.; HARTSON, H.R. Developing user interface, ensuring usability through product & process. New York. John Wiley & sons, Inc. 1993.
8 CHATBURN, R.L.; VOLSKO, T.A.; HAZY, J.; HARRIS, L.N.; SANDERS, S. Determining the Basis for a Taxonomy of Mechanical Ventilation. Respiratory Care. v. 57, n. 4, april, 2012.
9 CHATBURN, R.L. Classification of Ventilator Modes: Update and Proposal for Implementation. Respiratory Care. v. 52, n. 3, march, 2007.
10 COWAN, N. The magical number 4 in short-term memory: A reconsideration of mental storage capacity. Behavioral and Brain Sciences, v. 24, n. 3, p 87-185, 2001.
11 HOLANDA, M.A.; FILHO, M.L.; REIS, R.C.; RANGEL, D.; ALCANTARA, D.M.; OLIVEIRA, N.H.; MARINHO, L.S.; DONATO, E.; CORTEZ, P.C. Efficacy of a computer simulator program (xLungTM) for teaching mechanical ventilation in complex clinical scenarios to medical students. Am J Respir Crit Care Med. v. 185, n. 1(Meeting Abstracts), p. 1610A, 2012. doi: 10.1164/ajrccm-conference
12 TEIXEIRA, I.N.D.O.; FELIX, J.V.C. Simulation as a teaching strategy in nursing education: literature review. Interface - Comunicação, Saúde, Educação. v. 15, n. 39, p. 1173-1183, 2011.
13 DOMURACKI, K.J.; MOULE, C.J.; OWEN, H.; KOSTANDOFF, G.; PLUMMER, J.L. Learning on a simulator does transfer to clinical practice. Resuscitation, n. 80, p. 336-349, 2009.
14 KATRE, D.; BHUTKAR, G.; KARMARKAR, S. Usability Heuristics and Qualitative Indicators for the Usability Evaluation of Touch Screen Ventilator Systems. IFIP AICT, v. 316, p. 83–97, 2010.
15 HOLANDA, M.; DE SOUSA, N.P.; SALES, R.P.; LONARDONI, J.; BONASSA, J. Heuristic Evaluation of ICU Mechanical Ventilators: A New Methodology for the Design of User Centered Interfaces. Chest. v. 144, n. 4(Meeting Abstracts), p. 544A, october, 2013. doi:10.1378/chest.1704584


FONTE:  RETIRADO DO SITE :www.xlung.net

quinta-feira, 17 de abril de 2014

VENTILAÇÃO DE SUPORTE ADAPTAVEL - ASV ( ADAPTATIVE SUPPORT VENTILATION)

           VENTILAÇÃO COM SUPORTE ADAPTATIVO (ASV)



O modo ASV é uma forma de ventilação minuto mandatória implementada com uma pressão adaptativa.

O operador determina um volume minuto alvo e o ventilador suplementa com respirações mandatórias, volume ou pressão controlada quando a respiração espontânea do paciente gera um volume minuto abaixo do determinado. O ASV seleciona automaticamente volume corrente apropriado, freqüência para as respirações mandatórias e volume corrente apropriado para as respirações espontâneas com base na mecânica do sistema respiratório e na ventilação minuto alveolar alvo.

FUNCIONAMENTO DO MODO ASV
O ASV fornece respirações controladas a pressão utilizando um esquema de otimização adaptativa. Otimização significa minimizar o trabalho mecânico da respiração: a máquina seleciona o volume corrente e freqüência respiratória que supostamente o cérebro do paciente assumiria se o paciente não estivesse conectado ao ventilador, isso é feito para estimular o paciente a respirar espontâneamente.

O ventilador calcula o volume minuto normal requerido baseado no peso ideal do paciente e o volume estimado do espaço morto. Este cálculo representa 100% da ventilação minuto. O especialista deve determinar a porcentagem do volume minuto que o ventilador deverá auxiliar, maior de 100%, se o paciente tiver com aumento da demanda ventilatória como em casos de sepse, ou menor de 100% em situações de desmame da VM.

Inicialmente o ventilador fornece respirações teste para mensuração da constante de tempo expiratória para calcular o espaço morto estimado e a ventilação minuto normal e a freqüência respiratória ideal ao trabalho mecânico.


Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - 

quarta-feira, 12 de março de 2014

SOLUÇÃO ALCOOLICA SERÁ OBRIGATÓRIA EM HOSPITAIS

Solução alcoólica será obrigatória em hospitais
Em 60 dias, todos estabelecimentos brasileiros que prestam serviços de saúde, como hospitais, clínicas e consultórios, devem ter preparação alcoólica para a fricção antisséptica das mãos dos profissionais de saúde que lidam com o paciente. Os pontos de assistência ao paciente, como UTI, salas de triagem, ambulatórios, serviços de atendimento móvel e unidades de urgência e emergência, deverão ter a preparação à disposição dos profissionais, em local visível e de fácil acesso. O produto deverá estar à beira dos leitos dos pacientes para evitar que o profissional precise sair do local para higienizar as mãos. A medida consta da Resolução RDC 42, publicada no dia 26 de outubro, no Diário Oficial da União.
Líquido ou gel?
Nas preparações alcoólicas em forma líquida, a concentração de álcool poderá variar de 60% a 80%. Já nas formas gel, espuma e outras, a concentração mínima do álcool deve ser de 70%, com atividade bacteriana comprovada por testes de laboratórios específicos.
Nas duas formas de apresentação, recomenda-se o uso de emolientes para evitar o ressecamento da pele. No entanto, segundo a resolução, o uso de preparação alcoólica não é indicado quando as mãos tiverem sujidade visível. Nesse caso, é preciso fazer a higienização com água e sabonete antes de utilizar o produto.
Os produtos industriais adquiridos no comércio devem ser registrados na Anvisa, enquanto os manipulados em farmácias devem seguir as exigências da Resolução RDC nº. 67/07, que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais.
FONTE: Newsletter COFFITO 3.11.2014

quinta-feira, 6 de março de 2014

XIV Jornada de Fisioterapia em Cardiologia - 9 de abril de 2014





Prezados colegas,
Vamos prestigiar um dos maiores eventos de Fisioterapia do Rio de Janeiro, a jornada de Fisioterapia em Cardiologia da SOCERJ, dia 9 de abril de 2014.
Vide a programação oficial no site: http://socerj.org.br/jornadas-multidisciplinares/


terça-feira, 26 de novembro de 2013

DESMAME DA PROTESE VENTILATÓRIA - JESSICA COUTO , ROGÉRIO ULTRA

SOBRATI RJ – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva do Rio de Janeiro


Jessica Couto¹ Rogério Ultra²

1- Especializando em Fisioterapia Intensivista.

2- Docente da UNESA e Coordenador do curso de Fisiterapia Intensiva



DESMAME DA PROTESE VENTILATÓRIA



A ventilação mecânica é um suporte ventilatório que consiste em um método auxiliar no tratamento e na manutenção da oxigenação e/ou ventilação de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada de maneira artificial, ate que estes seja capaz de reassumi-las.

A Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) pode gerar diversas complicações no paciente, tais como lesão pulmonar, pneumonia associada a ventilação mecânica, trauma de via aérea e fraqueza da musculatura respiratória. Por muitas vezes a administração de sedativos ou bloqueadores musculares é necessário, provocando uma redução de 40% a 50% da atividade diafragmática. Dessa forma, uma vez que o paciente foi entubado e posto em VMI uma das propostas fisioterapêuticas será promover o desmame ventilatório tão rápido quanto possível.

O desmame consiste no processo de retirada gradual do paciente do suporte ventilatório e inserção dele a uma respiração espontânea. O suporte ventilatório deve ser retirado de forma segura, para isso é de extrema importância saber quando o paciente está pronto para iniciar o desmame e qual o método de retirada que deverá ser utilizado. É considerado que o paciente está apto para o desmame se ele estiver: com glicemia, débito cardíaco e pressão arterial, normais; sem febre ou indicio de infecção; sem alterações eletrolíticas; com insuficiência respiratória aguda resolvida; acordado; não estar sedado ou com pequenas doses de sedação; estar estável hemodinamicamente; ter a gasometria dentro dos parâmetros (PaO2 ≥ 60 mmHg; FIO2 ≤ 0,4 e Ph entre 7,30 e 7,60) e ser capaz de iniciar os estímulos inspiratórios de forma autônoma.

Considera- se sucesso do desmame ventilatório a permanência da ven¬tilação espontânea por pelo menos 48h após a in¬terrupção da ventilação artificial.

Aproximadamente 20% dos pacientes apresentam desmame difícil, o que significa que a tentativa de retirada da ventilação mecânica não teve sucesso, aumentando com isso o tempo de internação e consequentemente aparecimento das complicações oriundas desta situação. Para evitar o desmame difícil deve-se saber o momento certo para realiza-lo, e para isso existem fatores à serem observados, como os índices preditivos para o desmame, que norteiam o terapeuta o momento certo da retirada da VMI, como: Saturação de oxigênio ( > 95% para uma FiO2 < 45%), Pressão de Oxigênio (80 a 100 mmHg), Índice de oxigenação (> 300 ), Pressão inspiratória máxima (> -50cmH20), Frequência respiratória (< 35irpm), Volume minuto (VM), Volume corrente (> 4ml/kg) e índice de Tobin (< 100).

Existem várias formas de realizar o desmame, dentre elas estão:

• PSV = Nesse tipo de desmame, o paciente sai do modo controlado e vai para o espontâneo, fazendo ajustes contínuos na pressão de acordo com o volume corrente do paciente. Essa pressão vai sendo diminuída até chegar à 7 cmH2O (pressão suficiente apenas para vencer a resistência da via aérea artificial). A partir daí utiliza-se os índices preditivos supracitados, se for aprovado, segue o desmame, colocando o paciente em macronebulização (MNBZ). É a forma mais segura, pois o paciente não fica em nenhum momento fora da prótese.

• Peça “T” = Se todos os critérios estiverem de acordo, observa-se se o paciente possui drive respiratório e a partir daí, tira-se o paciente da prótese e segue o seguinte protocolo:

1. 5 min em peça “T” => 2 horas em VM

2. 15 min em peça “T” => 2 horas em VM

3. 30 min em peça “T” => 2 horas em VM

4. 45 min em peça “T” => 2 horas em VM

5. 1 hora em peça “T” => 2 horas em VM

6. 1 hora em peça “T” => 1 horas em VM

7. 1 hora em peça “T” => 30 min em VM

8. 2 horas em peça “T” => 15 min em VM

9. 2 horas em peça “T”

Após isso, utiliza-se os índices preditivos, se tiver bons resultados, deixa o paciente em peça “T” + MNBZ, até não haver mais necessidade de oxigenoterapia.

Caso o paciente não consiga permanecer o tempo necessário para cumprir o protocolo, volta uma fase, onde quer que esteja a evolução.

• SIMV = Usado para pacientes que estão assincronicos com o modo controlado mas não consegue permanecer no modo espontâneo, portanto o protocolo sugere que passe o paciente do modo controlado para:

1. SIMV de 7 e x de PSV => x = pressão de suporte necessária

2. SIMV de 5 e x de PSV

3. SIMV de 3 e x de PSV

4. SIMV de 1 e x de PSV

Ao chegar em SIMV de 1 passa o paciente para o modo espontâneo (PSV).



OBS: Existem vários protocolos de desmame ventilatório, que se alteram de acordo com a preferência de cada serviço. Os protocolos aqui explicados, são apenas exemplos.



Referência Bibliográfica:

1. Silva BAK, Souza JKD, Pereira DM, Aydos RD, Carvalho PTC, Reis FA. Correlação entre pressão inspiratória máxima, ventilação pulmonar e tempo de ventilação em pacientes ventilados no modo pressão de suporte. ConScientiae Saúde 2008; 7(3): 379-384.

2. Gonçalves JQ, Martins RC, Andrade APA, Cardoso FPF, Melo MHO. Características do Processo de Desmame da Ventilação Mecânica em Hospitais do Distrito Federal. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 2007; 19: 1.

3. Passarelli RCV, Tonella RM, Souza HCD, Gastaldi AC. Avaliação da força muscular inspiratória (PImáx) durante o desmame da ventilação mecânica em pacientes neurológicos internados na unidade de terapia intensiva. Fisioter Pesq 2011;18(1): 48-53.

4. Goldwasser R, Farias A, Freitas EE, Saddy F, Amado V, Okamoto VN. Desmame e Interrupção da Ventilação Mecânica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 2007; 19: 3.

5. Macintyre NR, Cook DJ, Ely EW Jr et al. Evidence-based guidelines for weaning and discontinuing ventilatory support: a collective task force facilitated by the American College of Chest Physicians; the American Association for Respiratory Care; and the American College of Critical Care Medicine. Chest 2001; 120: 375- 395

6. Macintyre NR, Faarc MD. Evidence-Based Ventilator Weaning and Discontinuation. Respiratory Care 2004; 49(7): 830-6.

7. Nemer SN, Barbas CSV. Parâmetros preditivos para o desmame da ventilação mecânica. J Bras Pneumol 2011; 37(5): 669-679.

8. Ultra RB, Ferrari D, Coca V. Diretrizes para Assistência Ventilatória. 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Cultura Médica; 2013.

9. Ultra RB. Fisioterapia Intensiva. 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan; 2009.