segunda-feira, 28 de julho de 2014

EDEMA PULMONAR E CONGESTÃO: Aspectos radiológicos

Congestão e Edema Pulmonar
O edema pulmonar é a principal conseqüência da insuficiência cardíaca esquerda e a situação de maior risco a vida do paciente 
O edema pulmonar pode ocorrer quando o retorno venoso pulmonar encontra se diminuído, principalmente na insuficiência ventricular esquerda e na estenose mitral. A pressão venosa aumentada é transmitida para as artérias pulmonares porque não existem válvulas na circulação pulmonar. Como os vasos pulmonares são também muito complacentes, há um acentuado aumento de volume intravascular. Posteriormente, um aumento da pressão capilar induz a uma transmudação de liquido para dentro do interstício e dos espaços aéreos alveolares. O edema pulmonar é reversível, porém o edema crônico determina algum grau de fibrose intersticial.
Normalmente a investigação se baseia em exames radiográficos, já que estes podem preceder os sintomas clínicos em até 30% dos casos e alguns destes achados são inespecificos se não correlacionados com a clinica do paciente.
Numa autopsia os pulmões com edema se mostram volumosos, pesados e ingurgitados de sangue. Observa-se uma dilatação dos capilares, que poderá comprimir os alvéolos.
O edema intersticial é mais pronunciado nas bases pulmonares, devido a pressão hidrostática mais elevada nestas zonas, isto induz a uma redistribuição da perfusão para as zonas superiores , devido a dois fatores:
-O edema basal reduz a complacência nas zonas inferiores, e os vasos nao conseguem se expandir normalmente durante a inspiração;
-A redução da elasticidade pulmonar que induz a hipoventilação e vasoconstricção hipóxica (reflexo de Euler - Liljestrapo), e consequente decréscimo de perfusão para as zonas inferiores.
Clinica:
As manifestações clinicas são: dispneia, tosse produtiva com secreção espumosa e rosada, ortopnéia, cianose e edema periférico.
Ausculta pulmonar : Estertores úmidos ou crepitantes.
Achados radiológicos:
-Dilatação dos vasos, devido a elevação da pressão venosa pulmonar;
-Redistribuição do fluxo sangüíneo para as zonas superiores;
-Edema intersticial;
-edema alveolar.
Algumas características radiológicas são descritas na literatura:
Edema em borboleta: O edema peri-hilar. Este tipo de edema chamado asa de borboleta ou de morcego, resulta de uma distribuição racemosa das arterias peri-hilares, que tendem a elevar a pressão capilar.
Linhas septais: Correspondem aos sextos interlobares espessados e edematosos. O aumento do líquido nos septos interlobulares determina o aparecimento de linhas de Kerley As linhas Kerley A tem aproximadamente 40mm de comprimento e se irradiam do hilo para o pulmão adjacente e a linha Kerley B são traços horizontais que tem aproximadamente 10mm de comprimento e em geral são observados nos ângulos costofrênicos.
Opacificação difusa: A presença de liquido dentro do interstício determina um aumento da atenuação do feixe de Rx, em particular nas zonas mais inferiores;
Cardiomegalia: Em geral representa dilatação ventricular nestes casos;
Derrame pleural: Mais acentuado a Direita;
Aumento da vasculatura pulmonar para as regiões superiores.



fonte: Porto CC. Exame clínico: bases para a prática médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Reproduzo na Integra uma postagem que recebi que achei muito interessante. Os créditos estão ao final, boa leitura:


Bebê prematuro: os cuidados vão muito além da UTI neonatal

Ser prematuro exige atenção especial não só nos primeiros meses de vida. Conheça medidas e cautelas necessárias para garantir um desenvolvimento saudável da infância à idade adulta.

Como acontece com outros milhares de pessoas todo ano, eu vim ao mundo antes de completar os nove meses de gestação: minha mãe teve pré-eclâmpsia, condição marcada por pressão alta nessa fase, e isso fez com que eu perdesse peso nos meses finais da minha estada dentro da barriga. Devido aos riscos que nós corríamos, o obstetra optou pelo parto na 36ª semana de gravidez, tempo insuficiente para que eu escapasse de ser prematura.

No entanto, ninguém avisou a minha mãe que os cuidados com o bebê não se restringiam às semanas na UTI neonatal e aos primeiros meses em casa. Que o ideal seria estender um acompanhamento mais rigoroso até a adolescência e, quem sabe, a idade adulta. Bom, mas isso foi lá em 1990. Com os avanços na pesquisa médica desde então, já ficou claro que as crianças apressadinhas estão mais suscetíveis, ao longo da vida, a problemas decorrentes da prematuridade.

A preocupação com esse tema cresce não só porque a maioria dos pais desconhece a necessidade dessa atenção prolongada mas também em função do aumento expressivo no número dos chamados nascimentos pré-termo no Brasil e no mundo.

As consultas com o pediatra e outros especialistas permitem corrigir desvios capazes de comprometer o desenvolvimento físico e psicológico, além de nortear atitudes para prevenir complicações por muitos e muitos anos. A começar pelo coração. Estudos apontam que os pré-termos estão mais propensos à síndrome metabólica lá na frente, aquela combinação de inimigos das artérias, como pressão alta, colesterol elevado e acúmulo de gordura na barriga. Sem um suporte médico adequado ao nascer, o indivíduo tende a ter problemas com placas nos vasos mais precocemente, logo no início da vida adulta.

Os comprometimentos futuros pioram quando existem alterações anatômicas no coraçãozinho do prematuro. Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, acompanharam, por 20 anos, 102 indivíduos cujo parto havia sido antes do termo. Após compará-los com pessoas que ficaram na barriga da mãe até os nove meses, eles viram que o ventrículo direito do coração daqueles que chegaram apressadinhos era menor e com capacidade reduzida de bombear sangue. Essa população deveria ficar alerta quanto à maior possibilidade de ter pressão alta mais tarde. Ou seja, há motivos suficientes para recomendar uma avaliação cardiológica criteriosa na infância e incentivar, desde cedo, alimentação balanceada e prática de esportes.

O cérebro do prematuro também pode penar um pouco mais para ficar tinindo. Em um experimento da King's College London, na Inglaterra, pesquisadores avaliaram a massa cinzenta de 55 prematuros e de dez bebês nascidos no período ideal. Os achados demonstraram que, nos casos de parto precoce, houve uma falha na formação de áreas ligadas, por exemplo, à memória e às emoções, o que poderia atrapalhar, anos adiante, funções cognitivas e o aspecto comportamental.

Mas não há razão para mamães e papais entrarem em pânico. O cérebro dos pequenos é, ainda assim, capaz de reverter essa situação graças à plasticidade neural, fenômeno que permite ao órgão se moldar de acordo com novos estímulos e situações. O interessante é que o afeto e o apoio da família potencializam as conexões entre os neurônios. Toda criança deve ser instigada a trabalhar habilidades motoras e a desenvolver a linguagem e a sociabilidade. E isso é mais importante no caso dos prematuros.

Não é uma tarefa de outro mundo. Um trabalho do Centro Médico Beth Israel, nos Estados Unidos, constatou que, quando os pais entoam canções de ninar a seus prematuros, os batimentos cardíacos, a respiração e até o sono deles melhoram. "Contar histórias, colocar uma música ou brincar com eles são atitudes que só colaboram", diz a psicóloga Elza Corrêa Cunha, da Universidade Federal de Sergipe. Com acompanhamento médico e família presente, o prematuro não antecipa problema algum. E eu, apesar de só estar por dentro disso tudo agora, não vou perder tempo em marcar meu checkup.



O que é um prematuro?

Considera-se que um bebê nasceu antes do tempo quando a gestação dura menos que 37 semanas. Mas há diferentes níveis de prematuridade: entre 32 e 36 semanas, os pequenos são chamados de prematuros tardios; aqueles nascidos no período de 28 a 31 semanas são denominados simplesmente prematuros; e os que tiveram de sair do útero entre 24 e 27 semanas são os prematuros extremos.

Para nascer no tempo certo

Cigarro, álcool, infecções, excesso de peso e pré-eclâmpsia estão entre os principais fatores que levam uma mãe a dar à luz antes da hora. Por isso, adotar hábitos saudáveis e fazer o pré-natal é fundamental para a cegonha não se apressar. O ideal é procurar um especialista antes mesmo de engravidar a fim de que a mulher comece a gestação em equilíbrio.

Com ajuda de www.bebe.com.br

Postado por : facafisioterapia@gmail.com