VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA ( VMNI )
A ventilação mecânica, pode ser aplicada de forma invasiva ou não invasiva. Sendo que quando esta é aplicada invasivamente se associa a complicações que podem comprometer significativamente a evolução clínica em pacientes graves devido a presença do tubo endotraqueal ou orotraqueal (TOT) que pode lesar diretamente a mucosa da via aérea causando ulceração, inflamação, edema e hemorragia submucosa, e em casos extremos, estenose da via aérea.
A ventilação mecânica não invasiva (VMNI) é definida pela utilização de pressão positiva sem a utilização de próteses traqueais. E é utilizada na terapia intensiva comumente no tratamento de pacientes onde foi instalado a IRpA ou IRp crônica, tendo como maior meta a prevenção de intubação orotraqueal, tendo um impacto na mortalidade e redução de custos.
Os efeitos fisiológicos da VMNI incluem o aumento da capacidade residual funcional, a redução do trabalho respiratório, a diminuição da pressão transmural do ventrículo esquerdo e da pós-carga e a melhoria do débito cardíaco.
Os dois modos mais comuns de VMNI são a pressão positiva continua nas vias aéreas (CPAP) e o Bilevel (aplicação de dois níveis de pressão nas vias aéreas). As recomendações atuais são de que a utilização de CPAP (10-15 cm H2O) deve ser considerada para os doentes com Edema Agudo de Pulmão e insuficiência respiratória hipoxémica que não responde à terapêutica habitual. A ventilação não invasiva em dois níveis de pressão (Bilevel) deve ser considerada apenas nos doentes com hipercapnia ou insuficiência respiratória persistente após a utilização de CPAP, devendo ser evitada a sua utilização no EAP após IAM.
Objetivos da VMNI:
Diminuição do trabalho respiratório;
Melhora da troca gasosa;
Diminuição do aprisionamento de ar em pacientes DPOC;
Indicações da VMNI:
-Insuficiência respiratória;
-Elevação de Frequência respiratória (acima de 25ipm)
-Esforço respiratório;
-Acidose respiratória;
Critérios para avançar para a entubação ou falha da técnica:
-Intolerância a interface;
-Assincronismo doente-ventilador;
-Ausência de melhoria das trocas gasosas ou dispnéia;
-Instabilidade hemodinâmica, isquemia miocárdio ou arritmia ventricular;
-Necessidade urgente de EOT ( hipersecreção e perda de proteção das vias aéreas)
-Piora do nível de consciência apôs 15 minutos de técnica.
Contra-indicações:
Rebaixamento do nível de consciência;
Trauma de face;
Instabilidade hemodinâmica;
PCR;
Arritmias ventriculares;
Cirurgia esofagogástrica;
Complicações da VMNI:
-Distensão gastrica;
-Broncoaspiração;
-Isquemia facial;
-Postergação da entubarão endotraqueal;
-Barotrauma (?);
Fatores preditivos de sucesso da VMNI:
-Ausência de pneumonia;
-Pouca secreção ;
-Idade baixa;
-Cooperação;
-Sincronismo paciente-ventilador;
-Boa adaptação a interface;
-Melhoria clinica e das trocas gasosas nas primeiras duas horas.
Referências bibliográficas:
Antonelli M, Conti G, Rocco M, Bufi M, De Blasi RA, Vivino G, et al. A comparison of noninvasive positive-pressure ventilation and conventional mechanical ventilation in patients with acute respiratory failure. N Engl J Med 1998;339:429-35.
Ambrosino N, Vagheggini G. Noninvasive positive pressure ventilation in the acute care setting: Where are we? Eur Respir J 2008; 31:874 - 886.
Ultra RB, Fisioterapia Intensiva. Editora Guanabara Koogan, segunda edição, RJ. 2009.
Material para VMNI com gerador de fluxo
institutofisioterapiaintensiva@hotmail.com